Ah, as famigeradas bases colombianas, lembram delas? Nessa semana a Colômbia assinou o tal acordo com os EUA. À época, a polêmica foi inevitável. O que será que os Estados Unidos queriam com as tais bases?
A justificativa caiu no colo do narcotráfico. Ajudar a Colômbia a combater o crime organizado, blá blá blá. Havia os que enxergavam no acordo a dominação, como Hugo Chávez e Evo Morales, outros, que não viam problema nenhum, pelo contrário, seria benéfico.
Só que a verdade sempre aparece. E dessa vez a pegadinha do malandro da semana veio do nosso irmão do norte. Como qualquer acordo, este deveria ser submetido ao Congresso. E, embora as partes tenham apelado ao velho, suspeitíssimo e comprometedor recurso da diplomacia secreta ao não divulgar o texto nem o teor do acordo, as intenções americanas apareceram no documento em que o Pentágono justifica o acordo.
Segundo o documento, seria uma “oportunidade única” de obter “acesso e presença a um custo mínimo” numa área sob ameaças constantes vindas de governos “antiamericanos”.
É pouco ou quer mais? Cadê a historinha e o lero-lero do narcotráfico?
Mais engraçado foi o que o embaixador dos EUA na Colômbia disse sobre haver garantias de que as operações no âmbito do acordo estariam restritas ao território colombiano: “Posso dizer que o acordo diz claramente no artigo 4°, parágrafo 3°”.
Tá. Mas cadê o acordo? Se é tão bom e garantidor, por que foi escondido?
E ainda tem mais. Segundo matéria da Folha de São Paulo, que noticiou o fato discretamente:
O documento do Pentágono submetido ao Congresso diz que Palanquero é “inquestionavelmente” o melhor lugar “para conduzir um completo espectro de operações pela América do Sul” –a importância da base já havia aparecido em documento da Força Aérea, que a inclui no esquema global de rotas para transporte estratégico global de carga e pessoal.
Afirma que o investimento na base vai “melhorar a capacidade dos EUA de responder rapidamente a crises, assegurando acesso e presença regional com custo mínimo”. Contribuirá também para “expandir capacidade de guerra aérea”, inteligência e monitoramento”.
Mais uma vez o ditado que diz que a mentira tem pernas curtas se mostrou verdadeiro.