Digamos que é o que acontece quando colocamos o jeitinho brasileiro num negócio da China. Trocadilhos e piadinhas à parte, essa expressão parece servir bem para um caso curioso. Isso por que a China se tornou um dos maiores consumidores de carne brasileira do mundo.
Mas espera aí… eles não embargaram a compra de carne daqui por causa de uma denúncia de casos de vaca louca? Sim, a China não compra mais carne bovina daqui. É aí que entra o jeitinho. Oficialmente, o maior comprador não é a China, e sim Hong Kong.
A região administrativa faz parte da China, mas tem governo próprio, então faz o que bem entende no comércio com o Brasil. E toda aquela carne que compram (um negócio bilionário) vai para o continente, sem nenhum tipo de empecilho. A China continua batendo o pé e prorrogando ao máximo a suspensão do embargo iniciado no ano passado; ao mesmo tempo, o mercado chinês continua sendo um mercado em expansão (e considerado até estratégico) para nossos produtores.
Claro que uma pressão política não faz mal e o vice-presidente Temer já está na China para, entre outras coisas, negociar a liberação da venda (que parece pouco provável). Aqui vemos algumas das grandes contradições dos BRICS, os países que buscam parceria e alguma coesão em nível internacional, mas quando são confrontados com questões de sobrevivência básica como o mercado de commodities, começam a chutar a canela uns dos outros.
Enquanto isso, a China não compra a carne brasileira. Mas continua comprando (mesmo por quê o mercado cresce demais por lá, e não podem depender de extravagâncias como carne de cachorro). E continuamos vendendo. Haja jeitinho…